Varizes: aplicação
Varizes: aplicação. O que é e como funciona?
Aplicação convencional de varizes é o assunto de hoje.
Como funciona a aplicação?
Muita gente acha que a gente suga a veia com a agulha e não é isso. A gente coloca a agulha dentro do vaso e injeta um líquido que vai irritar a parede do vaso e, irritando essa parede, ele vai ser absorvido pelo organismo. Existem vários produtos que podem ser utilizados.
É como se a gente estivesse estragando o vaso e o organismo joga fora tudo o que está estragado. Então ele vai absorver esse vaso, eliminá-lo e, futuramente, formar um novo vaso para suprir a circulação naquele local.
Quando retiramos um vaso em um tratamento de varizes o organismo busca uma circulação alternativa, colateral, para fazer o trabalho daquele vaso que está sendo retirado.
Por isso é importante avaliar quantos vasos são retirados no mesmo local, para não desprover a região toda de circulação, porque apesar do vaso não funcionar bem, ele funciona de alguma forma.
Existe um limite de quantos vasos podem ser retirados, de quanto tratamento pode ser feito numa mesma região sem causar necrose.
Quantas aplicações podem ser feitas por dia?
Para responder essa pergunta é necessário, primeiramente, responder uma outra: o que é aplicação? Essa definição pode variar de profissional para profissional.
Normalmente o médico coloca uma quantidade X de produto, quantidade em mililitros, o que equivale a uma sessão. O médico vai calcular, de acordo com o produto utilizado, qual é a dose máxima que pode ser utilizada em um paciente por dia sem causas malefícios à circulação.
Existem contraindicações para o tratamento?
Sim, existem contraindicações e a primeira delas é trombose. As outras são aquelas comuns à maioria dos tratamentos: doenças descompensadas, gestação, um paciente impossibilitado de cuidar do seu tratamento após a aplicação também é uma contraindicação. É necessário que o paciente compreenda os cuidados que ele vai precisar ter após a aplicação.
É interessante explicar que aplicação de varizes deixa roxos. Quanto mais calibroso o vaso tratado, mais roxinha fica a região da aplicação. Quanto mais fininho for o vaso, são mais pontilhados de agulha e menos marcas roxas.
Esses hematomas significam que um vaso foi perfurado e para fazer a aplicação o vaso é perfurado, vaza sangue por baixo da pele e fica aquela marca roxa.
Isso não significa que a aplicação foi bem feita ou mal feita. Significa que houve uma aplicação naquele vaso.
Perdeu o primeiro vídeo? Clique aqui e entenda o que são as varizes e como elas se formam.
Cuidados após o procedimento
A atenção é voltada para os roxinhos e os vasos que estão sendo agredidos no tratamento. Essa agressão tem que ser controlada.
Normalmente a gente prescreve medicamentos em gel e até via oral para conseguir diminuir essa inflamação, diminuir os danos causados no entorno dos vasos, para evitar que a pele sofra junto com os vasos.
Muita gente acha que esses géis são apenas para os roxos, mas não, eles são para melhora da circulação local e para inibir a tromboflebite, que são pequenos coágulos que se formam no interior do vaso.
Antigamente era quase um protocolo sair de uma aplicação com as faixas, mas ultimamente ela tem sido pouco utilizada.
O que foi se percebendo é que a faixa, mesmo a elástica, tem garroteamentos nas periferias e, além de tudo, ela afrouxava. Era um enfaixamento que não ficava funcional, por ser feio, por impedir muito o movimento, e na maioria das vezes não durar o tempo que fosse necessário durar.
Hoje em dia a gente usa um microporo com pressão sobre cada buraquinho, mantendo o medicamento por mais tempo no local, mantendo uma compressão e é mais agradável para o paciente. Os resultados também são melhores, por ele ficar ali.
E os vasinhos?
Não vale a pena tratar apenas aquele vasinho pequenininho, como muita gente chega no consultório pedindo. Aquele vasinho tem um vaso maior enviando sangue para ele e não dá para resolver o problema sem cortar o que está nutrindo esse problema.
Se eu não remover esse vaso maior, aquele grupo de vasinhos pequenos sempre vai voltar a aparecer.
É importante que o tratamento seja feito até o paciente receber alta do médico, porque o que ele enxerga, na maioria das vezes, não é o que está causando o problema.
É preciso tratar a base do problema para depois tratar aquele grupo de vasinhos.
A disciplina em manter o tratamento até o final é o mais importante, para você não virar escravo de aplicações e não ser aquela pessoa que está sempre no consultório fazendo aplicações, mas cujas pernas nunca ficam limpas. O tratamento não pode ser interrompido e retomado diversas vezes.
O objetivo é deixar suas pernas limpinhas, tirar todos os vasos visíveis, para que você volte para uma manutenção de vez em quando, a cada 6 meses ou a cada 2 anos. Isso vai depender da sua tendência, da sua genética, do seu dia a dia.
Você deve retornar sempre que aparecer um vaso novo. Quanto mais vasos você juntar, mais trabalho vai dar, menos satisfeito você vai ficar e mais dinheiro você vai gastar.
Fazer a manutenção regular vai lhe dar qualidade de vida, você vai ficar com as penas bonitas, não vai ter vergonha de usar roupas mais curtas, e vai gastar muito menos toda vez que voltar.
No próximo post vamos falar sobre o laser para varizes. Até lá!