Microagulhamento - perigos ocultos
Microagulhamento: cuidado para não prejudicar sua pele!
Hoje nós vamos começar uma nova série, sobre microagulhamento.
No primeiro vídeo eu vou abordar os aspectos gerais do microagulhamento e vou focar muito nos perigos ocultos deste tratamento que é um tratamento fantástico, mas que tem que ser feito com uma técnica extremamente adequada, senão você vai piorar o seu problema e vai sair bem triste da situação.
Então vamos prestar atenção sobre como é feito esse procedimento e quais as bases científicas que são utilizadas para a gente poder falar que ele funciona para esse ou esse outro fim.
O que que é microagulhamento?
Microagulhamento são aqueles rolinhos que estão na moda, a gente vê na televisão, vê naqueles sites da China vendendo aquele rolinho cheio de agulhinhas, que você passa no rosto e ele faz um tratamento estético qualquer.
Primeira coisa a ser abordada: que rolinho é esse? É um rolinho com agulhas e agulha é essa? Onde você arrumou esse rolinho? O que gente mais vê por aí é blogueira fazendo rolinho no rosto e mostrando, mas que rolinho ela está usando? Essa é uma parte essencial do tratamento, a gente vê até rolinhos de R$30,00 sendo vendidos por aí. Esse rolinho é estéril, pelo menos? Será que ele não tem bactéria, que ele foi realmente esterilizado de uma maneira adequada?
Então a primeira coisa: o rolinho tem que ser estéril. Você está injetando, enfiando um monte de agulhas dentro da sua pele. Se tem sujeira ali, você vai ter infecção, você vai arranjar um problemão para o seu rosto. Ele tem que ser lacrado e adequadamente esterilizado.
As agulhas
Segunda coisa: que agulha é essa? Qual que é a espessura dessa agulha? Essa agulha tem corte? Ela fura ou ela dobra? Como é a ponta da agulha olhando no microscópio? Ela realmente é uma agulha perfurante? Esse corte dela é bem feito? Porque se o corte não for bem feito você vai fazer os buracos na sua pele ao invés de fazer pequenas perfurações. Dependendo do rombo que você faz, você vai fazer a cicatriz no lugar de uma cicatrização. A qualidade da agulha desse rolo é extremamente importante, a qualidade da da fabricação desse rolo.
Outra coisa é importante é o material com o qual são feitas as agulhas. A agulha pode ter um corte maravilhoso, mas se for um material frágil, ele vai dobrar, porque a gente passa 300 vezes no mesmo lugar, vai passando e colocando pressão sobre essa agulha. Uma hora aquela agulha vai desgastar e se o material for fraco, ele vai dobrar e dobrando você vai fazer rombo, um buraco na sua pele e aquilo ali vai cicatrizar pelas bordas e pode fazer uma cicatriz muito pior do que a que você está querendo tratar. O material tem que ser resistente, tem que ser um material inerte, que não vai reagir com o seu sangue e tem ser esterilizado, limpo.
Material descartável
A outra coisa importante, por tudo que eu falei até agora acho que ficou até um pouco óbvio, que isso é descartável. As agulhas têm uma duração, uma quantidade de vezes que você consegue passar essa agulha sem que ela gaste, sem que ela fique cega, sem que o material perca sua eficácia.
Normalmente a gente utiliza esse rolo uma vez só. Existem até rolos esterilizáveis, estão cada vez mais em desuso e os rolos têm materiais caros. Por serem materiais fortes muitos são banhados a ouro e esses rolos acabam tendo um custo maior do que os R$30,00 que você acha no site da China.
É importantíssimo você ter um material de uso médico e não de uso domiciliar. Eu acho que nem domiciliar deveria ser permitido, porque você está fazendo coisa errada em casa e vai machucar o seu rosto. Então o material tem que ser um material que você confie que ele não vai trazer problemas.
É simples, mas exige cuidados
O microagulhamento tem uma técnica que não é muito complicada, por isso acho que ele ficou tão difundido, é passar um rolinho no local que você quer tratar e fazer os furinhos. Parece ser muito simples, mas existem várias profundidades e vários cuidados associados que você precisa ter para que o próprio tratamento não lhe cause prejuízo e para que o tratamento surta os efeitos que você espera.
Os rollers têm várias profundidades de agulhas, elas variam de 0,5 até 3,5mm de profundidade, então é uma variação muito grande e a gente precisa saber escolher em qual caso usar cada profundidade de agulha.
Além de tudo a gente tem que pensar o que esse tratamento e si vai acarretar de danos que a gente precisa controlar, para que a gente não tenha efeitos colaterais que prejudiquem o resultado do tratamento.
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Cuidados antes e depois do tratamento
Aí vêm os cuidados pré-procedimento, que a grande maioria das vezes eu vejo pacientes chegando de outros profissionais, normalmente não médicos, e esse paciente sendo submetido a tratamentos com roller sem nenhum preparo e sem nenhum pós, inclusive. Na ausência desse preparo você pode ter uma coisa chamada hiperpigmentação pós-inflamatória, que são manchas grandes no local de tratamento e, muitas vezes, irreversíveis.
É muito comum a gente precipitar melasma com roller. Inclusive a gente trata melasma com roller, então como é que eu faço melasma com roller? Com técnica inadequada e acompanhamento inadequado. Já vi muitos pacientes chegarem para mim fazendo tratamento de microagulhamento com o rolo e com o relato de que a cada tratamento foi piorando mais, porque não foram submetidos a um cuidado pré-procedimento adequado, um acompanhamento adequado de um profissional que conheça sobre o que ele está causando com aquele tratamento.
A gente tem que pensar muito nisso na hora de buscar o microagulhamento. A gente fica muito seduzido por essa questão de rolinho de R$30,00 na internet e esquece o que é aquilo, o que você tá fazendo com a sua pele, o que você tá inserindo dentro do seu organismo e todas as complicações que aquilo pode acarretar, o risco ao qual você está se metendo.
Os cuidados pré-procedimento são importantíssimos, são individualizados e devem ser prescritos pelo seu médico no momento da indicação do tratamento. Após o procedimento de microagulhamento a gente faz um drug delivery ou não, isso vai variar de acordo com que a gente quer.
Após o microagulhamento você vai descamar ou não, isso vai variar de acordo com o que foi feito e também com esses cuidados pós-procedimento, que são importantíssimos para que você também não tenha hiperpigmentação pós-inflamatória, para que você não tenha cicatrizes, infecções secundárias e todas as outras coisas que a gente pode ter depois um procedimento invasivo.
A técnica
A técnica que a gente usa foi nomeada IPCA que é indução percutânea de colágeno e essa é uma técnica onde a gente busca realmente aprofundar o microagulhamento, buscando superficializar fatores de crescimento e todas as outras coisas que existem no nosso plasma e que são riquíssimas para cicatrização, tanto de cicatrizes quanto de qualidade de pele, com tratamento de manchas.
O mecanismo ainda não é muito conhecido, mas existem vários estudos, até de um colega eu respeito demais o Dr. Emerson Lima, que escreve muito, tem livros, tem artigos publicados sobre essa técnica, que, inclusive, ele nomeou, mostrando com estudos, com com microscopia os resultados reais desta técnica de microagulhamento.
É um procedimento muito bacana, um procedimento que a gente vê resultados, que o paciente fica muito satisfeito, mas que tem que ser utilizado com extrema cautela, com extrema técnica e por profissionais capacitados.
Então nessa a primeira parte da nossa série eu acho que o recado mais importante é esse: busque um profissional de qualidade, busque um material de qualidade, não economize com você. Faça uma coisa que você merece, com a qualidade que você merece.
No próximo vídeo a gente vai falar sobre as indicações mais comuns do microagulhamento e no último vídeo a gente vai falar sobre cicatrizes de acne.