Envelhecimento vaginal: problemas e soluções
Quais os problemas que acontecem com o envelhecimento da mucosa íntima?
Atrofia vaginal genital
Ela acontece não só no canal vaginal, mas também na uretra e na parte externa da vagina.
Existe uma diminuição na espessura da pele da vagina e com isso começam a surgir pequenas fissuras, tanto no canal vaginal quanto até na parte externa.
Essas pequenas fissuras predispõem a entrada de patógenos, dificuldade de ter relações por dor, até uma coceirinha pode acontecer por conta do extremo ressecamento que vai sendo produzido por essa atrofia vaginal.
A lubrificação diminui e o aspecto externo da vagina também se modifica por essa atrofia. Os pequenos lábios, principalmente, ficam mais murchos, mais colados pela diminuição da lubrificação e a cor se modifica um pouco. Ao invés de ser aquela vagina mais túrgida e rosada, ela fica mais escurecida e mais arroxeada.
Diminuição do tônus
A diminuição do tônus é outro aspecto do envelhecimento genital ou vaginal.
Tônus é aquela força que sustenta. Na pelve, que é a parte do quadril, a gente tem ligamentos e várias estruturas que sustentam os órgãos que estão internos (bexiga, útero e a parte do canal vaginal).
Com o envelhecimento da região você começa a perder um pouco da espessura dos músculos, os ligamentos vão ficando mais frouxos e a mucosa mais fina, acarretando na dificuldade de fazer uma contração com a vagina e com a uretra.
Isso vai levar a uma dificuldade de retenção urinária. Essa contração da uretra ajuda a reter urina quando você espirra, quando você tosse, quando faz agachamento ou carrega peso.
Isso tudo são situações em que você pode ter um pouco de perda de urina, porque você não tem mais o mesmo tônus que você tinha para segurar sua uretra.
Em relação ao canal vaginal, esse afrouxamento da pelve como um todo leva ao afrouxamento da sustentação do útero e da bexiga. A bexiga fica mais baixa, o útero mais perceptível e o canal muito alargado.
Tudo isso leva a uma diminuição do prazer sexual, tanto para a mulher quanto para o homem, porque o prazer sexual depende muito desse contato íntimo entre vagina e pênis.
Há também uma diminuição na lubrificação vaginal, presente em todos os aspectos do envelhecimento.
Estilo de vida e histórico
A questão do tônus é muito ligada a esforços repetitivos ao longo da vida, por exemplo pessoas que carregam muito peso a vida toda, mulheres que tiveram muitos filhos, mulheres que tiveram parto normal, porque ele exige um grande esforço e isso leva a um alargamento vaginal um pouco maior do que no parto cesárea.
Mas isso não é um estímulo para o parto cesária, porque o parto normal tem milhões de outros benefícios.
Outro fator que leva a essa perda de tônus no envelhecimento é o uso de esteróides. O uso de anabolizantes e hormônios que as pessoas tomam para definir a musculatura no exercício físico também contribui para a perda de tônus e atrofia vaginal precoce.
Esses dois fatores são muito presentes na vida de toda mulher a partir dos 30 anos. Algumas mulheres começam a apresentar isso depois dos 40 anos e isso depende muito da paridade, que é o número de filhos, também do tipo de parto, depende muito do estilo de vida, de carregar peso na musculação ou numa atividade profissional.
Tudo que você teve de esforço com a região pélvica ao longo da vida vai contribuir para isso acontecer mais cedo ou mais tarde.
Menopausa
A menopausa é um grande fator de risco, quase certeza de que uma dessas coisas vai acontecer.
Fatalmente todas as mulheres vão chegar neste processo de envelhecimento. É igual a ruga do rosto, a vagina não tem rugas, mas vai apresentar outros fatores de envelhecimento.
Essa série especial que começamos hoje vai ser direcionada para a questão do envelhecimento íntimo e para os tratamentos que existem para cuidar de cada problema.
E, assim, dar às mulheres uma vida sexual mais saudável e mais agradável, porque não existe mulher velha! E uma mulher de 60, 70 anos tem direito a uma vida sexual ativa, tem direito ao prazer sexual e a olhar para baixo no espelho e ver uma vagina bonita.
Não existe mais aquele pensamento de que mulher mais velha não precisa cuidar disso. Precisa sim! Toda mulher tem o direito de se sentir bem com cada pedacinho do seu corpo.